ARTIGO
Staeel Santos
03/12/2019 às 11:17
Quem interpreta músicas que falam sobre drogas ilícitas faz apologia ao crime ?
Como previsto no Artº 287 do Código Penal: Fazer, publicamente, apologia de fato criminosa ou de autor de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
(Créditos de imagem: Reprodução)
Apologia de crime ou criminoso é uma conduta delinquente contra a paz pública. Aquele que enaltece publicamente a prática de um delito ou um autor de crime pelo cometimento da transgressão, também comete um crime.
Destrinchando o texto da lei, Art. 287 do Código Penal, será crime fazer apologia de “fato criminoso” ou de autor de “crime”.
Sendo preciso que o feito estimule a prática de um crime; obviamente. Então vamos lá: nosso País proíbe as drogas, segundo a lei 11.343 de 2006, Art. 2°. Como também o plantio, a cultura, a colheita, a venda, o armazenamento, o transporte ou fornecimento.
Então se uma música fala, sugere ou insinua sobre drogas (ilícitas), sobre seu cultivo, comercialização e consumo, penso que indiscutivelmente o intérprete comete crime. Na madrugada desta sexta, 29 de novembro, a cantora de funk Ludimilla lançou sua mais nova canção: “Verdinha”. No clipe oficial da música, a cantora aparece em meio a uma plantação de alfaces, cantando: “eu fiz um pé no meu quintal, tô vendendo a grama da verdinha a um real”.
De forma clara a música faz uma alusão à maconha. Ao plantio e à comercialização. Portando, tráfico. Em muitos pontos do vídeo, a insinuação se concretiza - a cantora e o elenco fumam. Uma menção ao consumo da cannabis sativa (nome científico da maconha).
A letra da música segue dizendo: “minha mãe já perguntou, o meu pai já perguntou, a minha vó já perguntou...que plantinha é essa meu amor”. Ué, quem não conhece um pé de alface (pergunto). A dúvida dos familiares, além de rimar no verso, sugere na verdade o plantio de uma das drogas mais usadas no Brasil. A maconha é fumada enrolada no papel, como cigarro, ou depositada no cachimbo. Feito o “baseado”, “beck” ou “cachimbo da paz”, sendo necessário para o consumo “tacar fogo”.
Gíria idêntica a usada neste verso isolado da canção: “Vou tacar fogo em mais um.” Os efeitos do uso da maconha são os mais diversos: euforia, perda de noção de tempo e espaço, fome, olhos vermelhos...etc. Certamente por isto a cantora sugere que irá “tacar fogo em mais um, só pra não ficar maluca”. Minha indignação me fez construir este texto e lembrar da fala de um camarada, que diz: “seu comentário é pertinente, amigo. Mas no dia que indiciarem alguém por conta disso, vai chover de funkeiro detido....”
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